sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Inesperado


O que faz um ser humano gostar de outro ser humano? Às vezes duas pessoas com a mesma história de vida, com as mesmas qualidades atraem de maneiras diferentes, o sorriso, o toque, o olhar, pode ser similar, ou até mesmo, mais intenso, mas uma pessoa só toca realmente a outra quando há algo “especial”, “único”, mesmo que as duas partes queiram algo, mesmo que elas se esforcem para que dê certo, isso não quer dizer que elas realmente se gostem, e que vão ter algo verdadeiro e duradouro juntas, às vezes, é só a vontade de ter “aquele” alguém especial com você.

Quando queremos uma pessoa em especial, alguém que em primeiro momento pode nem existir realmente, criamos uma ideia, formamos em nossas mentes aquilo que queremos, esperamos, buscamos! Criamos em nossas cabeças uma leitura do que agrada nossos corações, então quando alguém atinge tudo que esperamos nos interessamos e buscamos saber mais, porém, isso não é ciência exata, e por motivos que não sabemos explicar acabamos gostando de pessoas que condizem pouco, ou quase nada com o que queríamos para nós.

Então qual a razão dos estereótipos? Por qual razão nos apegamos em um padrão, por que motivo uns querem pessoas parecidas e outros querem pessoas diferentes? É muito simples, não existe uma pessoa igual à outra, nem mesmo os gêmeos, nem mesmo clones, vivencias diferentes, experiências diferentes, personalidades diferentes.  Não podemos exigir demais do destino, precisamos dar uma chance para o inesperado.

Não podemos nos preocupar com isso, navegar nem sempre é preciso, em muitos momentos deixar a correnteza te levar é mais interessante, pois a surpresa de ter algo que você não está esperando de quem você jamais imaginaria pode ser mais interessante do que demorar muito tempo em busca de uma ideia que pode, ou não existir. 


Soneto do Horizonte

Onde está meu bem querer?
Onde se esconde?
E para que se esconder?
E foi pra onde?

Talvez não importe saber
Talvez eu encontre
Mesmo sem perceber
De repente no horizonte


E veja você
Ainda longe, distante.
Caminhando para me ver


E nesse instante
Desisto de entender
O que é irrelevante.

Mário Filgueira