quarta-feira, 17 de março de 2010

Nadando no Tempo


Difícil apontar as reais razões pelas quais são escritas estas linhas tortas nesta madrugada quente de março, sim, pois isso toca tão profundamente o coração que é difícil até para respirar, esse sentimento estranho que não é dor, não é saudade, mas que parece tanto com isso, então... Você se sente impotente, e o pior é saber que você sempre foi impotente, você não pode mudar o passado, e em alguns casos pode ser impossível mudar o futuro, e, você se vê no presente, você sabe que não está sozinho nesse caminho, claro, mas na verdade o que procura, é a esperança, é... É difícil compreender estas linhas escritas pouco antes das quatro badaladas do relógio, mas a compreensão não é o que se busca, ela apenas alivia o que tanto esperamos ter. Por isso a razão é cega, pois ela não precisa enxergar algo que está bem diante dos nossos olhos, e que evitamos a todo custo, disfarçamos, nos enganamos, mas o tempo traz a realidade a tona sempre, mais sedo ou mais tarde.


Águas do Tempo

O tempo está quente
E se tem que ser tão frio
Ter algo doce em mente
Pois
ao atravessar o rio

Há uma forte correnteza

Águas gélidas e salgadas
No encontro de duas águas
De quando se cai na incerteza

Mas é preciso continuar nadando

E nada e nada
E ajudar quem está se afogando

Uns querem um barco, uma escada

E continuam tentando
Vivendo entre cruz e a espada

.Mário Filgueira