sábado, 29 de dezembro de 2012

No Olho do Furacão


   Então, quanto tempo se passou? Tempo demais, é incrível quando você nota que sua mente está focada em uma coisa, seu coração acaba por ficar cego, ai então, um dia, algo acontece, e o foco muda e se preenche de uma coisa chamada; esperança. Esperança de que tudo aquilo que você deseja saia do real e se torne realidade.

   Quando seus olhos começam a enxergar o que está além do superficial, mesmo sem saber de tudo, mesmo sem saber como se chegou ali, o que vai fazer a seguir, você se vê, entregue  a uma coisa tão similar a algo que já foi sentido antes,  mas ao mesmo tempo, no fundo, você sabe que é algo completamente novo, e você se anima mesmo sem querer se animar, pois o sentimento é tão bonito, tão puro, tão espontâneo, tão inesperado, que você sabe que precisa pisar no freio, nem que seja de leve, e você pisa, mesmo querendo acelerar.

   Sim, é necessário ter paciência, cada um tem seu tempo para assimilar o que está acontecendo, e a velocidade com que as decisões são tomadas podem causar acidentes inesperados. Por essa razão, escrever no olho do furacão é sempre mais complicado do que depois da tempestade, pois no antes a duvida impera, e você não tem como prever o que vai acontecer. E estando com as mãos no volante, é preciso segurar firme, pois ainda há um caminho por percorrer.


A Miragem

Perdido em cada passo
Talvez em uma miragem
Reforçando antigos laços
Tentando criar coragem

Sem saber o que faço
Olhando uma imagem
Mais que um lugar no espaço
Uma paisagem

Olhos brilham como estrelas
Alegria em cada sorriso
Em cada momento ao revê-la

Esperar é um castigo
Onde quer que esteja
Espero que sonhe comigo

Mário Filgueira